terça-feira, 22 de novembro de 2011

Oração do Amigo




Para todos AMIGOS...
Vocês que são esses AMIGOS tão especiais....

Há muito se diz que,
quem encontrou um amigo,
encontrou um tesouro precioso.

Há muito se diz que,
amizade verdadeira dura pra sempre.

Não tem aquelas tempestades da paixão
e nem a calmaria exagerada
do descompromisso.

É o meio termo.

É a bonita sensação do estar perto e,
de repente, deixar o silêncio chegar.

Não exige tanto. Exige tudo.
As amizades nascem do acaso.
Ou de alguma força que faz
com que uma simples brincadeira,
uma informação, um caderno emprestado,
uma dor seja capaz de unir duas pessoas.

E a cumplicidade vai ganhando corpo,
e o desejo de estar junto vai aumentando,
e, com ele, a sensação sempre boa do poder
partilhar, de se doar.

Há muito se diz que os amigos verdadeiros
são aqueles que se fazem presentes nos
momentos mais difíceis da vida,

Naqueles momentos em que a dor parece
querer superar o desejo de viver.

De fato,
os amigos são necessários nesses momentos.

Mas, talvez, a amizade maior seja aquela
em que o amigo seja capaz de estar ao lado
do outro nos momentos de glória,
e vibrar com essa glória.

Não ter inveja.
Não querer destruir o troféu conquistado.

Aplaudir e se fazer presente.
Ser presente.

A amizade não obedece à ordem
da proporcionalidade do merecimento.

Não há sentido em querer de volta
tudo o que com generosidade se distribuiu.

A cobrança
esmaga o espontâneo da amizade.

E a surpresa
alimenta o desejo de estar junto.

O amigo gosta de surpreender o outro com
pequenos gestos.
Coisas aqui e ali que roubam um sorriso,
um abraço, um suspiro.

E tudo puro, e tudo lindo.

Há muito se diz que não é possível
viver sozinho.

A jornada é penosa e, sem amparo,
é difícil caminhar.

Juntos, os pássaros voam com
mais tranqüilidade.

Juntas, as gaivotas revezam a liderança
para que nenhuma delas se canse demais.

Juntos, é possível aos golfinhos
comentarem a beleza de um oceano infinito.

Juntos, mulheres e homens partilham momentos
inesquecíveis de uma natureza que não
se cansa de surpreender.

Eu te peço, Senhor,
nessa singela oração, que me dês a graça de
ser fiel aos meus amigos. São poucos.
E impossível seria que fossem muitos.
São poucos, mas são preciosos.

Eu te peço, Senhor,
que me afastes do mal da inveja que traz
consigo outros desvios.

A fofoca. A terrível fofoca que humilha,
que maltrata, que faz sofrer.

Eu te peço, Senhor,
que o sucesso do outro me impulsione a
construir o meu caminho,
e que jamais eu tenha ânsia de querer
atrapalhar a subida de meu amigo.

Eu te peço, Senhor, a graça de ser leal.

Que eu saiba ouvir
sempre e saiba quando é necessário falar.

Senhor,
sei que a regra de ouro da amizade consiste
em não fazer ao amigo aquilo
que eu não gostaria que ele me fizesse.
E te peço que eu seja fiel a essa intenção.

E sei que essa regra fará com que
o que se diz há tanto tempo se
realize na minha vida.

Que eu tenha poucos amigos,
mas amigos que permaneçam para sempre.
Não poderia ter muitos.
Não teria tempo para cuidar de todos.

E de amigo a gente cuida.
Amigo a gente acolhe, a gente ama.

Senhor, protege os meus amigos.

Que, nessa linda jornada,
consigamos conviver em harmonia.

Que, nesse lindo espetáculo,
possamos subir juntos ao palco.

Sem protagonista.
Ou melhor, que todos sejam protagonistas,
e que todos percebam a importância de estar ali.
No palco. Na vida.

Obrigado, Senhor,
pelo dom de viver e de conviver.

Obrigado, Senhor,
pelo dom de sentir e de manifestar
o meu sentimento.

Obrigado, Senhor,
pela capacidade de amar,
que é abundante e é sem-fim.

Amém.



Gabriel Chalita.



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